sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Propaganda coloca os universitários na mira

Com grande influência no poder de compra em casa e entre amigos, acadêmicos ganham atenção especial do mercado publicitário

Cinthia Scheffer/Gazeta do Povo
Os cerca de 6 milhões de universitários brasileiros movimentam, por ano, algo em torno de R$ 52 bilhões. Eles são, na sua grande maioria, importantes formadores de opinião, ávidos por novidades e inovações, e têm um grande poder de influência na decisão de compra, em casa e entre os amigos. Algo como “a cerejinha do bolo” entre o público jovem – e, portanto, uma fatia dos consumidores que vem ganhando atenção, e comunicação, especial por parte das empresas.
“Estamos falando de um público que consome muito, que busca produtos de qualidade e quer ser bem tratado. É um público onde é grande a chance de fidelização da marca”, diz o diretor da agência paulistana Mundo Universitário, Caio Romano. A empresa, criada há cinco anos, tem foco justamente em ações para este público – e sua lista de clientes não pára de crescer.
“O público jovem está cada vez mais informado. Por isso, é muito importante conversar com ele para formar a imagem de uma marca”, avalia o gerente de comunicação em marketing da Ford Brasil, Maurício Greco. A montadora faz parte de uma lista de empresas que já têm uma fatia da sua verba de marketing destinada ao público universitário, e da qual também fazem parte uma série de outras marcas de automóveis, bancos, operadoras de telefonia e fabricantes de cerveja – só pra começar.
No lançamento do novo Ka, no primeiro semestre deste ano, a Ford colocou o automóvel em 51 universidades de todo país – entre elas a Universidade Tuiuti e a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) – onde foram realizadas várias ações promocionais. “Além da forte identificação com a proposta de inovação do carro, nossas pesquisas mostram que pelo menos 50% dos universitários são diretamente responsáveis pela decisão de compra do seu carro. É mais um motivo para estarmos perto deles.”
Linguagem
Na opinião de Romano, as empresas brasileiras estão percebendo que é uma “bobagem” usar as mesmas campanhas para o público em geral e para os universitários. “Elas têm que se diferenciar de alguma forma. Falar a linguagem deste público.” E isso significa, na grande maioria das vezes, “invadir” os espaços deles.
No caso da ação criada pela agência E+ para a marca Martini, a idéia é juntar as duas coisas. A agência está criando um “ônibus-balada”, que será ocupado por um universitário e mais 40 amigos escolhidos por ele. “Queremos rejuvenecer a marca e ampliar o consumo nesta faixa mais jovem. Por isso, vamos trabalhar com o público universitário, formador de opinião”, explica o diretor da E+, Márcio Milani. A partir deste mês, o ônibus vai visitar sete cidades brasileiras, entre elas Curitiba, onde vai ficar por quinze dias.

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