
RPC lança TV de alta definição no dia 22
Transmissão com muita qualidade estréia com novela A Favorita. Programação do dia em HD pode se estender ao jogo do Campeonato Brasileiro
Mari Tortato, especial para a Gazeta
Outubro entra para a história do Paraná como marco da chegada da mais importante evolução do sinal de televisão. A Rede Paranaense de Comunicação (RPC), da qual faz parte a Gazeta do Povo, começa dia 22 a transmitir programas com sinal digital para Curitiba e parte das cidades da região metropolitana.
Na ponta de chegada do sinal, no sofá em frente ao seu aparelho de TV, os telespectadores têm a possibilidade de receber imagens perfeitas, sem chuvisco, chiado ou ruído.
Basta, para isso, a família se preparar para a nova tecnologia. Para receber o sinal, é preciso acoplar à entrada da tevê de tubo uma caixinha (conhecida por set-top box, ou conversor) capaz de fazer o aparelho analógico projetar sinal de qualidade digital.
Outra possibilidade é que a novidade entusiasme o telespectador a ponto de ele desembolsar de R$ 1,6 mil a R$ 10 mil para receber o sinal num monitor de tevê de tela retangular (de campo amplo e fininha feito quadro), como os aparelhos que dominam as vitrines das lojas e as seções de eletrônicos dos supermercados.
Nos dois casos, o sinal só chega se a casa ou condomínio tiver uma antena UHF instalada no telhado ou no topo do prédio. Modelos internos de antena, segundo técnicos, podem não funcionar.
O diretor-geral da RPC TV, Luiz Cláudio Vieira, diz que a campanha publicitária de lançamento do sinal digital, que a TV Paranaense veicula desde setembro, dá a dimensão do que representa a “terceira revolução” por que passa a TV, desde a descoberta e propagação do sinal.
Os primeiros sinais de televisão foram captados no Brasil em 1945. Em 1972, as transmissões em preto e branco começam a dar lugar à TV em cores.
Curitiba será a quinta capital a entrar na era da TV digital. A primeira foi São Paulo, depois Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Goiânia.
Para esta primeira fase de transmissão na capital, a TV Paranaense já investiu R$ 4 milhões em equipamentos.
O diretor de engenharia da rede, Enio Sergio Jacomino, explica que neste início apenas parte da programação será liberada ao telespectador com qualidade HD (sigla para high definition, em inglês, que significa alta definição).
Os programas que vão ao ar por enquanto são os que a Rede Globo já produz em HD em São Paulo e Rio de Janeiro.
A novela A Favorita e o seriado das quintas A Grande Família são os dois programas da emissora já produzidos e gerados em HD, além de alguns quadros do Fantástico, alguns dos jogos das quartas-feiras do Campeonato Brasileiro e produções do Globo Repórter. Filmes? Só os já produzidos originalmente em alta definição.
A RPC já faz testes para produzir em HD quadros do humorista Diogo Portugal, na Revista RPC dos domingos à noite, mas ainda não tem prazo para lançamento.
O restante da programação continuará chegando na casa do telespectador com sinal analógico. A interatividade, serviço considerado o mais revolucionário desta nova TV, também demora um pouco mais.
Cuidados
O serviço do sinal digital virou obrigação das TVs abertas no Brasil, por força de lei. Nada tem a ver com o sinal a cabo ou captado diretamente do satélite por empresas que cobram assinaturas.
A estréia das transmissões pelas principais emissoras ocorreu na cidade de São Paulo, em dezembro do ano passado, e ainda hoje o assunto gera confusão.
A RPC se movimenta desde agosto em eventos para estimular comércio e empresas técnicas a preparar vendedores de aparelhos e colocadores de antena para esclarecer as dúvidas do consumidor.
A preocupação, segundo o diretor de engenharia, é evitar as falhas que na capital paulista teriam limitado a venda dos equipamentos a 30 mil famílias.
Sinal com resolução máxima chega a 2,5 milhões
Sucessivos reforços na antena do bairro Mercês feitos pela RPC–TV garantiram recepção de sinal intenso nos quatro pontos de Curitiba na fase experimental da TV digital, nos últimos meses. Na região metropolitana, a mesma intensidade também foi captada na maioria das cidades.
A medição dos técnicos aponta sinal mais intenso em Pinhais, parte de Piraquara, São José dos Pinhais, Fazenda Rio Grande, Araucária, Campo Magro, Almirante Tamandaré, Colombo e Quatro Barras.
Num raio de distância média (Campo Largo, Campina Grande do Sul e região mais afastada de Piraquara) a recepção é menos intensa.
Nas cidades mais distantes ou separadas de Curitiba por topografia acidentada (como Itaperuçu, Balsa Nova e Contenda), o sinal ainda não chega. A captação nessas áreas vai depender de antenas repetidoras.
No site www.rpc.com.br/tvdigital é possível ao telespectador se orientar e tirar outras dúvidas sobre a recepção do sinal digital.
A RPC estima em 2,5 milhões de pessoas o potencial alcançável no lançamento de programas em HD (high definition). O número é o de telespectadores já atendidos na região com o sinal analógico.
Quem estiver equipado com o “conversor”, vai captar a programação da TV Paranaense no canal 41 da faixa UHF. O próprio equipamento vai achar o canal certo se o telespectador sintonizar no 12, como é hoje.
A tecnologia da TV digital que a RPC está trazendo para o Paraná também permite que o sinal em HD seja captado na tela de um computador portátil, ou de mesa, de modelo mais recente. Basta que uma antena específica seja acoplada à saída USB do computador por meio de um pendrive.
E para quem quer se manter ligado no ônibus ou na sala de espera do médico, o sinal também pode chegar compactado no visor de um celular.
Decifre os códigos da qualidade
HDTV
Sigla baseada no termo inglês high definition, que
quer dizer TV de alta definição.
SDTV
Padrão de qualidade standard, a máxima captável em TVs de tubo.
É inferior ao HD.
UHF
Faixa de freqüência capaz
de captar o sinal digital. Sigla em inglês para freqüência ultra alta.
Muitas perguntas e poucas compras
Gerentes de lojas dizem que curiosidade do consumidor indica aquecimento para o Natal
Alexandre Costa Nascimento, especial para a Gazeta
As grandes redes varejistas de eletrônicos de Curitiba exibem tevês de alta definição nas vitrines há cerca de um ano, mas entre os consumidores sobram dúvidas e confusão sobre o equipamento adequado para recepção da novidade da TV digital.
Neste segmento o tamanho da tela não é necessariamente sinônimo de desempenho. Muitos aparelhos disponíveis no mercado, apresentados como HDTV Ready (prontos para TV de alta definição), não têm capacidade tecnológica correspondente à propaganda.
Os aparelhos providos de máxima resolução são os “full HD, de 1.080 pixels”. Eles são capazes de reproduzir imagem sem distorção mesmo em tela grande, de 60 polegadas. Um modelo de 42 polegadas com essas características custa em média R$ 5 mil.
Mas um monitor full HD não basta para o usuário desfrutar de toda a qualidade da TV digital, se ele não vier com conversor embutido. Nesse caso, é preciso comprar um conversor para receber o sinal, mais a antena externa.
A analista de crédito Rose Triaquim, que pesquisa preços para comprar um televisor novo, não sabia desse detalhe. “Tenho acompanhado as notícias da chegada da TV digital pela internet e pensei que só o aparelho fosse suficiente para receber essas transmissões”, diz.
Para fazer com que os clientes saibam exatamente do que precisam, a Colombo Mega Store qualifica seus promotores de vendas com “treinamento de tecnologia”. O consultor de negócios da rede, Jefferson Luis de Lima, diz que o movimento de clientes atrás de informações é grande, mas por enquanto as vendas não estão aquecidas. “O que tem é muita gente curiosa esperando o sinal chegar”, diz.
Consumidor atento
O interesse do consumidor é confirmado pelo gerente da rede Fast Shop, Amauri Fernandes dos Santos. Ele diz que os clientes fazem muita pergunta sobre equipamentos, vantagens e funcionamento do sistema e que a expectativa de vendas em Curitiba “é enorme”.
Nas Casas Bahia, um cartaz alerta o consumidor para a necessidade do conversor nas TVs de formato widescreen (de 16:9).
Com preços razoáveis no mercado, uma TV HD Ready, de 720 pixels, tem tecnologia suficiente para reproduzir imagens de muita qualidade. É o que atesta o engenheiro José Frederico Rehme, da área de pesquisa e desenvolvimento da RPC-TV. “Num monitor de 32 polegadas, quase nem se percebe a diferença para um full HD.”
Os televisores de tubo abrigam 480 linhas de pixels, qualidade compatível à de um DVD. Enquanto não saem de cena, podem perder fantasmas, chuviscos e chiados se acoplados a um conversor de sinal. O primeiro passo é instalar uma antena externa UHF em casa ou no condomínio.
A chegada da HDTV a Curitiba não muda nada na vida de quem está sem dinheiro agora. As emissoras vão manter transmissões analógicas simultâneas até 2016. É o prazo que o governo definiu para migração total da população para sistema digital.
TVs pagas terão
custo adicional
O assinante de TV a cabo que quiser receber programação em HD (alta definição) vai pagar um custo adicional por isso. É que para usufruir do máximo da qualidade desse tipo de transmissão, além de um televisor full HD, o assinante precisará de um decodificador especial para processar as imagens.
A operadora Net oferece a seus usuários o aparelho “Net Digital HD Max” por R$ 799. O modelo da TVA sai por R$ 399. Nos dois casos, os equipamentos são parceláveis em dez vezes.
Essas caixinhas decodificadoras não são os set-top boxes que convertem o sinal das TVs abertas. Para receber sinal digital das abertas sem usar o cabo, o assinante precisará comprar o conversor.
Por enquanto, cada operadora vai dispor de um único canal fechado transmitindo conteúdo em alta definição. Todos os demais canais dos pacotes continuarão com sinal no padrão digital standard, comparável ao do DVD.
O sinal digital que as TVs abertas vão transmitir, porém, terá qualidade superior à que o cabo distribui hoje. O canal em alta definição da Net é o Globosat HD, que transmite conteúdos variados dos canais Sportv (esportes), GNT (variedades) e Telecine (filmes).
A TVA oferece o canal HBO em HD, com 24 horas de programação de filmes, séries e documentários em alta definição.
O gerente de produtos da Net em São Paulo, Alessandro Maluf, diz que a operadora aposta nas inovações adotadas na empresa para não perder assinantes para a TV aberta. O conteúdo é o atrativo principal das TVs pagas. Entre as vantagens, Maluf cita a possibilidade de o assinante personalizar a programação.
O serviço vai ser cobrado e é parecido com o já oferecido por operadoras de sinal captado de satélite, como Sky. Mas os assinantes Sky também precisam comprar o conversor.
Gazeta vai subsidiar dois equipamentos
Jornal aproveita a chegada da tecnologia de alta qualidade a Curitiba para conectar seus leitores. A campanha é dirigida a novos assinantes, mas alcança também os atuais
Leitores da Gazeta do Povo que moram em Curitiba e cidades da região podem estar entre os primeiros a sintonizar o sinal digital que estréia dia 22 na Rede Paranaense de Comunicação (RPC). Com uma vantagem: pagando preços abaixo do mercado pelos equipamentos.
Um modelo de conversor de sinal para televisor e um pendrive (acoplável a um computador com saída USB) estão sendo ofertados na nova campanha de assinaturas lançada neste mês.
O novo assinante fará a opção entre um e outro equipamento. O valor adicional será parcelado em dez vezes, junto com a assinatura pelo período. A campanha restringe um equipamento por CPF. “Trabalhamos de forma cooperada no grupo RPC para garantir a TV digital ao maior número possível de pessoas”, explica o gerente de marketing da RPC-Jornal, Axeu Aislan Beluca.
A Gazeta do Povo pertence ao grupo RPC. É o maior jornal em circulação no Paraná e o líder em número de assinantes.
Os equipamentos têm custo subsidiado devido a uma parceria do jornal com fabricantes: a Positivo Informática (conversor) e a Telesystem (PenTV). Quem já é assinante também poderá aproveitar a vantagem da campanha. Basta ajustar o contrato para adicionar as parcelas de um ou de outro equipamento.
Git esclarece
O Git é o principal aliado da RPC na divulgação da TV digital, tanto para apresentar as vantagens da imagem de alta qualidade, quanto para tirar todas as dúvidas que a novidade traz. O personagem também representa os 120 atendentes de telemarketing que foram preparados pela Gazeta do Povo para receber os pedidos e fazer esclarecimentos.
A RPC-TV alimenta o conteúdo do site www.rpc.com.br/tvdigital, em que o Git tira dúvidas técnicas. Beluca explica que todos os equipamentos oferecidos na campanha receberam aval da equipe de engenheiros da RPC-TV.
Investimento
Quem optar por receber a programação de TV no computador, pagará dez parcelas de R$ 50 pela assinatura anual do jornal, mais dez parcelas de R$ 5 pelo PenTV.
Se a preferência for pela caixinha conversora do sinal digital, acoplável à saída de um televisor (conhecida por set-top box), o assinante vai adicionar R$ 15 às dez parcelas mensais de R$ 50 da assinatura anual.
Ao final, o PenTV terá custado ao assinante R$ 50, quando o preço no mercado é próximo de R$ 300. Pelo conversor, o assinante pagará R$ 150. O mercado vende esse modelo a cerca de R$ 499.
A campanha é restrita aos assinantes novos e antigos da região metropolitana de Curitiba, que receberá o sinal digital nessa primeira etapa.
Pendrive - O melhor da imagem no computador
Um dispositivo USB, no formato de um simples pendrive, pode transformar qualquer computador em um receptor de TV digital. Para fazer do PC uma televisão, não importa se o equipamento é um laptop ou um computador de mesa.
A vantagem é que este aparelho pode ser carregado no bolso. Se a área estiver no raio de alcance de sinal da emissora de televisão, basta ao usuário conectar o pendrive ao
computador e assistir aos programas de TV com todas as vantagens oferecidas pelo novo sistema de transmissão.
Entre os recursos disponíveis está a possibilidade de pausa na programação ao vivo, replay de cenas e avanço de comerciais.
Também é possível programar e gravar os programas favoritos —que são transformados automaticamente em arquivos salvos no disco rígido do computador.
Recepção - Caixinha conversora
Para a qualidade do sinal digital chegar ao televisor é preciso acoplar a ele uma caixinha conversora, também chamada set-top box.
Sem ela, o sinal continua chegando com fantasmas e ruídos, no sistema analógico atual, mesmo nos aparelhos de TV modernos, com tela grande e plana, no formato retangular.
O conversor só é dispensável para os modelos mais caros de TV, normalmente os chamados “full HD”, fabricados já com o conversor embutido. Normalmente são os de tela de cristal líquido (LCD).
O set-top box se parece com um decodificador de canais da TV a cabo, mas não é a mesma coisa. Ele só funciona na recepção do sinal de alta definição das TVs abertas.
Aparelhos de tubo (que só têm entrada RCA, analógica) aceitam os modelos mais baratos de conversor do mercado. Uma tevê de plasma ou LCD, já com entradas HDMI, exige conversor mais sofisticado para projetar sinal de alta definição.
Fonte: Gazeta do povo 12/10/2008
Nenhum comentário:
Postar um comentário